
Uma importante questão a ser esclarecida é que o termo
"Parto humanizado" não pode ser entendido como um "tipo de
parto", onde alguns detalhes externos o definem como tal, como o uso
da água ou a posição, a intensidade da luz, a presença do acompanhante ou
qualquer outra variável. A Humanização do parto é um processo e não um produto
que nos é entregue pronto.
O termo “humanização” carrega em si
interpretações diversas. A qualidade de “humano” em nossa cultura quase sempre
se refere à ideia arraigada na moral cristã de ser bom, dócil, empático, amável
e de ajudar o próximo. Nesse contexto, retirar a mulher de seu “sofrimento” e
“acelerar” o parto através de medicações e de manobras técnicas ou cirúrgicas é
uma tarefa nobre da medicina obstétrica e assim vem sendo cumprida.

Muitas mulheres querem e precisam vivenciar o
nascimento de seus filhos de forma ativa, participativa, inteira. Viver os
processos naturais e humanos por inteiro muitas vezes envolve dor, incômodo,
conflito, medo. Mas são estes mesmo os “portais” para a transição, para o
crescimento, para o desenvolvimento e amadurecimento humano.
Cabe a obstetrícia apenas acompanhar o
processo e não interferir buscando ‘aperfeiçoá-lo’.
Humanizar é acreditar na fisiologia da
gestação e do parto.
Humanizar é respeitar esta fisiologia, e apenas acompanhá-la.
Humanizar é perceber, refletir e respeitar os diversos aspectos culturais,
individuais, psíquicos e emocionais da mulher e de sua família.
Humanizar é devolver o protagonismo do parto à mulher.
É garantir-lhe o direito de conhecimento e escolha.